segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Coisas Novas

Hoje aprendi comigo mesma que nada se desaprende.
Os conhecimentos velhos são apenas substituidos por novos.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Meses

Não sei como é!
Há tempos que nao te meto a vista em cima, mas vejo-te em todo o lado...



P.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Amor Combate



Mulher-a-dias



Nós os Outros



Amigos Mortais



Dá-me a tua melhor faca



Juventude Sónica


Belarmino vs


Amor Combate


Cronófago


Partir para ficar


As putas dançam slows


Ameaça Menor


O amor é não haver policia


Este Mar
Cem metros sereia
É amor...

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Descrença

O meu coração bate depressa, nem sequer consigo respirar como deve ser perante tamanha aflição e ansiedade. Sinto o estômago embrulhar-se em si mesmo, como um bicho-de-conta a enrolar-se sobre o o seu próprio corpo. Dentro desse meu pequeno embrulho estão mil borboletas que esvoaçam, fazem-me cocegas. Sinto o meu rosto quente, sinto-o corar e dou por mim de sorriso desenhado nos lábios. Pego na pequena geringonça que fez barulho, leio o que lá diz. Aos poucos o estômago desembrulha-se, volta ao seu estado normal, deixa as borboletas fugirem. Os lábios desfazem-se do sorriso, volta o frio. O coração acalma, quase que adormece... Nada, era só nada, e nada mais. Há muito que não é mais que isso.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Minha Querida Lisboa



Minha querida Lisboa,

Gosto do céu. Mais do de Verão do que do de Inverno, confesso, mas gosto. Em qualquer altura, em qualquer lado. Do céu do dia e do céu da noite. Do céu azul clarinho e do céu azul escuro. Do céu que tem nuvens brancas, do céu que tem nuvens cinzentas e do céu que tem nuvens cor-de-rosa quase cor-de-laranja. Gosto do céu que tem estrelas amarelas quase brancas. Gosto do céu da praia e do céu do campo, gosto do céu que vejo quando vou na auto-estrada, gosto do céu que vejo quando saio do metro, a caminho daquela casa grande onde vivo há quatro anos.Gosto do céu da minha varanda, quando vou ler um livro naquelas manhãs de Domingo, solarengas e brilhantes. Gosto de todos os céus, mas o meu céu preferido é aquele que vejo quando estou sentada à beira do teu rio, Lisboa, no meio daquela praça grande que tem uma grande estátua com um senhor montado num cavalo, este que tenho mesmo por cima de mim. Quero voltar a tocar o céu, como toquei numa noite em que ele era feito de estrelas vestidas de prata. Quero e vou....
E tu, Lisboa, gostas do céu?

sábado, 11 de dezembro de 2010

Alice is tired

-O que é que tu és?

-Estúpida...





Alice is tired and has given up! Better times will come, I guess...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Árvores Com Livros Nos Ramos

Ela tinha acabado de se sentar no baloiço, tinha folhas de papel brancas sobre as pernas, um lápis na mão. Ele chegou e sentou-se aos pés dela, em silêncio. Sorriram um ao outro. Continuaram em silêncio. Ela disse-lhe que ia desenhar o mar, e começou a fazer ondas, com um lápis de cor azul. Ele continuava imovél, a observá-la. E ela continuava, fazia ondas de vários azuis, nalgumas partes misturava-os com verde. Ele levantou-se, rodeou-a em silêncio: queria ver o desenho de cima. Às tantas disse:
-Estás a desenhar mal...
Ela pousou o lápis, virou-se e olhou-o bem no fundo daquele sorriso. Perguntou-lhe porquê, ele respondeu:
-O horizonte não é aí, e não tem árvores com livros nos ramos!
-Rapaz, no meu mundo as coisas são como eu quero que sejam. O meu horizonte sou eu que o desenho, sou eu que o faço... Não me digas o que está certo e o que está errado, não me pessas para ser diferente do que sou, não precisas sequer de me compreender. Senta-te, só. Observa e sorri comigo. Para mim basta, que ai estejas...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Inverno

Chegou o Inverno.
Os vendavais levaram as folhas.
A árvores está nua, ao relento.
Chegou o Inverno, e tem dias em que parece que veio para ficar...

domingo, 5 de dezembro de 2010

Com Olhos de Ver

"And I'll try to find somethin' on this thing that don't means nothin' enough..."
Acendem-se as luzes, alguém liga o rádio de onde saiem as melodias de sempre, aquelas que desde há muito me acompanham nesta minha caminhada solitária. A plateia, essa está cheia de silêncios vazios, lugares onde ninguém se senta e onde ninguém faz barulho, para que se possam ouvir as melodias que saiem daquela telefonia velhinha que está à frente da cadeira. No centro do palco uma tela branca, mesmo ao lado da telefonia. Sons e imagens do que já passou, são as minhas recordações que coexistem em harmonia com as músicas, fazem delas a sua banda sonora. Uma cadeira, uma almofada azul. Sento-me e ponho os óculos, respiro fundo e abro os olhos. Vou recordar. Vou passar os olhos pelas imagens e tentar perceber onde é que parei o filme da outra vez. Vou ouvir as músicas e relembrar as sensações. Relembrar os desejos. Olhar para mim. A sala está vazia, e assim ficará. Este filme não quero partilhar, com ninguém. Vejo a primeira imagem, ouvi a primeira música. Chegou. Levantei-me e virei costas, apaguei a luz, desliguei o rádio, deixei que as imagens da tela passassem nas minhas costas. Não me voltei sequer. Afinal não quero recordar, não quero sentir, não quero ouvir. Quero dormir até se curarem as feridas, e depois quero acordar e voltar a sentir de novo, mas só as coisas boas, as más, essas, quero que fiquem para depois. Vou voltar ao quarto escuro onde me deixei cair um dia e não tive forças para me levantar. Vou-me deixar ficar lá, sentada no escuro, à beira da cama. Descansar os olhos e esperar que o tempo passe. Mesmo sabendo que ele não passa, vou esperar, e quando o Sol nascer vou agarrar em mim e voltar ao palco, tentar de novo, até conseguir conseguir ver as coisas com olhos de ver, até que recordar deixe de doer.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Alice, press the reset button!

- Era uma vez uma me...
- Não era, já foi!
- Oh e se eu não quiser que já tenha sido?
-Chegaste tarde demais para querer seja o que for.
-Não sejas estúpida.
-Não, sou humana...

Foi assim que ela descobriu que por muito que tente e lute há coisas que não são para ser, simplesmente. O mundo é assim, puxa-nos para sitios de onde é impossivel sair, pelo menos pelo caminho que nós queremos... Cabe-nos a nós descobrir outros caminhos, lutar e escalar as montanhas de obstáculos que se põem mesmo à nossa frente. Pintar com cores vivas as imagens cujas cores esmoreceram com o tempo, em algumas desapareceram até. Ontem comprei-lhe uma caixa de lápis de cor, quando fui comprar uma nova para mim, achei que ela também ia precisar. Amanhã vou-lha dar e ensiná-la a pintar as coisas à volta dela com cores bonitas, a reavivar paisagens. E naquelas que já não der para pintar, vou ensiná-la como se usa uma borracha, para apagar os borrões cinzentos, e vamos desenhar outras e pintá-las com cores vivas, quase fluorescentes. Tenho de comprar pilhas novas para o rádio. Ontem quando o liguei as vozes saiam baixinhas, quase inaudiveis. Talvez lhe compre um rádio a ela também. Também precisa de novas melodias, que as velhas , sei eu, fazem-na chorar. E depois disto tudo vou voltar a contar a história, aquela tal que eu queria contar e não podia porque só tinha uma caneta preta e porque ela não me deixou sequer começar...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Eu

Sou a Alice, a do País das Maravilhas. Bem, não sou mesmo a da história, mas sou uma que tem um mundo que tal. Um mundo daqueles onde tudo é mágico e estranhamente possível, as árvores falam e os gatos também. Sou como aquela que tem um mundo só dela. Tenho um mundo só meu. Houve tempos em que quis ser a Bela Adormecida, para ser acordada com um beijo para um mundo cor-de-rosa. Hoje sei que isso não seria possível, aliás, seria totalmente incompativel com a minha realidade. Sou a Alice, como aquela que sonha acorda para um mundo real. Para aquele mundo onde as árvores servem só para nos dar sombra e onde não se consegue encher uma piscina de lágrimas, por muito que elas nos escorram pela cara. Sou a Alice, sou real, sinto o bom e o mau, tem dias que na pele. Aquela que sonha acordada com um mundo que é só dela, e que quando acorda do sonho a única coisa que quer é adormecer de novo, ou pelo menos ir a correr para debaixo daquela árvore grande que mora lá no mundo dela. É que este mundo, este que é real, fere.

domingo, 28 de novembro de 2010

Oscar Wilde

Também não preciso que me compreendam, só que me amem.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Back to Black

A chuva cai lá fora, consigo ouvir o som das gotas a pingarem dos beirais. Aqui dentro só o som daquela voz carismática que me enche o espirito, aquela que canta as minhas palavras. São minhas, não porque as tenhas escrito, mas porque me assentam que nem uma luva. Está quente e confortável. Acolhedor. Na mesinha um bloco e uma caneta. Vestigios dos meus sentimentos traduzidos em palavras. Não são bonitas, não são coloridas, voltámos ao cinzento. Voltámos ao imóvel. Estou parada no mesmo sitio, nem sequer me consigo mexer daqui. Não me perguntem porquê, não quero dizê-lo, para não senti-lo... Queria contar uma história. Queria escrever o amor. Não posso, só tenho uma caneta preta, o amor não se escreve a preto. Mas não faz mal, fica para outro dia. Eu sei que tenho guardado, algures, uma caixa de lápis de cor. Vou-me entreter a pintar o mundo de novo. E quando o céu voltar a ser azul e o Sol amarelo-quase-cor-de-laranja, volto e conto a história que queria contar. Concerteza que será diferente. Até lá deixo-me ficar aqui, enrolada nos lençóis, com a minha música, e com a caneca de chocolate quente fumegante que tenho a meu lado. Está quase na hora, de levantar. O Sol não tarda aí.

domingo, 21 de novembro de 2010

Felicidades

Felicidades:
























No meu computador tenho uma pasta de imagens chamada "Felicidades".
Nela moram recordações, imagens de momentos que não quero esquecer, de sorrisos e alegrias. De coisas importantes que às vezes me esqueço de recordar e coisas banais que me assaltam a memória constantemente. São as minhas felicidades. Aqueles momentos que me lembram que, mesmo que o Sol se ponha ao fim do dia e que a noite seja escura e longa, se levanta sempre na manhã seguinte. Estas imagens captadas pela lente de uma qualquer máquina servem para me lembrar que, afinal, sou feliz.


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

B.

- Disse-lhe: "Não quiseste ouvir, viraste costas e começaste a andar. Chamei-te, vezes e vezes sem conta. Gritei até ficar sem ar, até ficar sem voz. Nada. Nem para trás olhaste, nem uma vez sequer... Foi nesse dia que percebi que não queria ser amado por metade. Ou me amavas por completo, ou não me amavas de todo. Não queria ser um remendo, não queria ser uma sombra, um reflexo do que ele foi um dia. Eu queria ser eu! Com o meu sorriso! Com as minhas gargalhadas! "
- Tu não lhe disseste isso, nem nunca vais dizer. Vais acabar por ser uma sombra porque não dizes o que pensas e te escondes a cada susto que levas. Não lhe disseste isso, pois não?
-Não...
-Nunca vais ser feliz assim, enquanto o silêncio te magoar. Fala! Grita!
-Não sei fazer isso...
-Eu ensino-te!
Ainda é para isto que sirvo, sabias B.?...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

(re)voltar

Hoje morreu um amor, mas não faz mal, outros nascerão.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Não ser.

"...fomos feitos de algo mais, que não tem forma nem razão."

Há dias em que temos de largar as roupas usadas um dia, que cheiram a nós e a mais alguém. Esquecer por momentos os sabores que nos deliciaram a boca, as imagens que ficaram gravadas em nós, as caricias e as dores sentidas na pele.
Há dias em que temos que sair da estrada, daquela que nos leva aos sitios de sempre, e procurar caminhos de terra, por entre as árvores e as ervas. Fazer pegadas novas, que acabarão por ser apagadas pelo vento ou pela chuva, mas que por momentos existiram para ser diferentes.
Há dias em que temos que esquecer quem somos, o que somos e quem queremos ser. Em que temos que meter de parte os desejos, as demandas e as dúvidas.
Há dias em que temos que deixar o tudo, e ser simplesmente nada. Para descansar a alma e o corpo do frenesim que é sentir, pensar ou viver.
Há dias em que é melhor deixar para depois; dizer depois; fazer depois; sentir depois.
Há dias em que é mesmo o melhor, não ser.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Há dias fáceis, mas há dias em que tropeço nas minhas memórias e as coisas complicam-se...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

É amor.

Quando nos sentamos lado a lado e fecho os olhos sinto-me viajar para outro mundo, para o meu. Tu vens comigo. Não precisamos de dizer nada, limitamo-nos a ouvir. Ligo o rádio. Canto. Ris-te. Abres a janela, vais fumar o teu tão precioso cigarro. Ficamos a ver o vento fazer voar as folhas e os desenhos que o fumo deixa no ar. Parecem fantasmas. Se calhar são. Somos semelhantes, tanto. Nem nunca me tinha dado conta do quanto eramos até há bem pouco tempo, quando travámos a nossa primeira batalha. Em vez de lutarmos juntas lutámos uma contra a outra. Durou exactamente 27 minutos. Depois disso, foi o de sempre. Desfizemos a muralha que nos rodeia e depois fechámo-nos em nós de novo, a diferença é que agora temos um tunel subterrâneo directamente ligado ao coração. É amor, sabias?
...
Quando nos metemos no metro para ir andar por Lisboa fora nunca sabemos bem para onde vamos. Estamos os dois à espera que o outro decida, o que acontece, eventualmente. Subimos e descemos ruas, compramos castanhas, bebemos chocolates quentes ou cenas de café com cenas estranhas, vemos montras e pessoas. Enquanto fazemos tudo isso conversamos. Eu pergunto, tu respondes. Eu ralho e tu ouves. Ouves mesmo, mesmo quando eu penso que não me estás a ouvir, tu ouves. Deves ser das únicas pessoas que o faz. Às vezes zangamo-nos, somos teimosos, é normal. Mas acabamos sempre com um abraço. Eu tomo conta de ti, e tu proteges-me dos maus. Vamos embora, tu deixas-me ficar na cadeira de baloiço, ouvimos música, jogamos. É a minha casa preferida, e tu deixas-me sempre entrar. Também é amor, sabias?

domingo, 31 de outubro de 2010

Insensível

Caminho sem saber bem para onde. Limito-me a andar em frente, atravesso ruas, vou andando pela beira da estrada, páro para ver uma ou outra montra. Começa a chover, continuo a andar tão calmamente como até então. À minha volta as pessoas correm para debaixo dos beirais das casas, para os cafés, outras abrem chapéus-de-chuva e aconchegam-se dentro dos seus casacos. As folhas que o Outono arrancou que voavam pelo ar estão agora coladas ao chão. A água continua a cair, a inclinação da rua faz com que se formem pequenos riachos. Eu continuo em frente, chego à beira do Tejo e páro. Tantas nuvens. O céu está cinzento, quase preto. Sinto-me ensopar, estou molhada até aos ossos. Sabe tão bem andar à chuva, acho que me caiu uma nuvem inteira em cima. Não faz mal, lavou-me a alma cansada e descrente. Não me sinto eu, há tempo demais aliás. Há dias em que sinto que sou alguém, em que sorrio e ando em frente com toda fé que tenho em mim e no mundo. Há dias em que me sinto assim, cansada, sem alma, sem esperança, cinzenta. Há dias que não são dias, são semamas. As horas teimam em não passar, os pensamentos maus não vão embora. Chegam e sentam-se no sofá. Fazem-me duvidar até de mim mesma. Arrependo-me do tudo e do nada. Desejo ardentemente voltar atrás e mudar tudo... S eu soubesse... São dias maus, cinzentos, ventosos, agrestes. O rio revolta-se no seu leito, corre com pressa em direcção ao infinito do mar. Lá ao fundo vejo-o tocar o horizonte, relembro-me do dia em que, do cimo de uma rocha, cheguei a pensar que céu e mar se tocavam mesmo e o mundo acabava ali, e lembro-me de pensar que o mundo podia mesmo acabar ali. Naquele momento tinha tudo: os sons, os cheiros, a paisagem e a companhia. Lembrei-me desse momento e decidi fechá-lo naquela caixinha de brilhantes a que chamo coração. Fechei-o e decidi não pensar mais nele, nem nesse nem em mais nenhum... São dolorosos quando deviam ser caloros0s. Uma gaivota atravessa agora o céu. Foge das gotas de água que teimam em cair, cada vez mais grossas e com mais força. Quem me dera poder fugir também da tempestade que tenho dentro de mim. Olho para o relógio, não passaram nem dez minutos, dou meia volta e regresso. Subo a rua que parece agora um mar, até tem ondas... Vejo um sem abrigo, tão ensopado como eu. Apercebo-me que ele vai continuar a alagar e eu vou chegar a casa e abrigar-me nas minhas mantas. Não sou nada, nem ninguém, não conheço nada da vida e a que tenho é absolutamente perfeita, não sei o que é ter problemas e os meus dramas e dores não passam de piadas perante tamanha tristeza e desalento. Não tenho porque dizer que não sou feliz. Tenho de voltar a ser insensivel. Antigamente conseguia, não sentir.
Se fosse possivel voltar a fazê-lo...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Hoje é ódio.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Voar

Acordei ainda de noite para mais um dia. Foi uma noite agitada, entre sonhos e pesadelos pouco foi o tempo dedicado ao sono. Lembrei-me das noites em que dormi descansada, partilhando a minha almofada, os meus cobertores e o sono, que sempre foi só meu. Não foram muitas, mas já foram algumas. Acho que esta lembrança foi a unica coisa nitida nesta manhã, de resto é tudo turvo e desarticulado. Nem sequer consigo pensar. São mil as palavras que me passam pela cabeça, sem ordem certa ou sentido algum. São mil, as palavras soltas que me viajam pelo pensamento. Tento ordená-las, pensar nelas e formar frases. Acabam nas pontas dos meus dedos, que batem nas teclas desordenadamente, continuam sem fazer sentido... Não há grande coisa que faça sentido neste momento, pelo menos não aqui, no sitio onde estou, mas não me importo. Acendo uma luz, para ver melhor, para pensar melhor, não adianta, o candeeiro não faz qualquer diferença. Olho pela janela e vejo um pássaro voar lá fora, atravessa o céu, vem pousar numa arvore. Desejei que, por alguma arte mágica, me nascessem asas. Duas grandes asas, para poder ir com ele ver o o mundo e depois escrever um livro sobre o mundo que vi. Deixei-me estar, a ver o vento fazer abanar as árvores, sentada no meu cadeirão, perto da janela. Não dei pelo tempo passar, só quando a música parou de tocar no rádio é que acordei do quase-transe onde me tinha deixado cair. Acordei para mais um dia, mais um em direcção ao meu destino, àquele que eu decidi escrever, mesmo que as palavras não façam sentido umas ao pé das outras, estão lá todas aquelas que quero que estejam. Todas, numa lista interminavel de sitios a visitar, pessoas a amar e desejos para partilhar. Hoje vou à praia, ver o mar, e dizer-lhe que aprendi a voar, como o passarinho que rasgou os céus à pouco, por entre as nuvens e veio pousar numa árvore.



sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Porto de Abrigo

Ela sempre viveu iludida. Acreditava nas pessoas, tinha fé nelas, dava-lhes o céu e a terra. Vivia em busca do sorriso dos outros, para amá-los de deles cuidar. Pensava ela que isso bastava para ser feliz e que os outros iriam cuidar dela com a mesma dedicação que ela lhes tinha. Nunca se olhava ao espelho. Um dia, há exactamente um ano atrás, enquanto limpava a cela onde vivia, viu-se ao espelho. Nem quis acreditar, não se reconheceu. Estava pequenina, cinzenta, sem brilho. Nesse dia viu-se e lembrou-se de como era e de como sempre quis ser. Revoltou-se. Atirou com a esfregona pelo ar e fugiu da cela. Aos poucos foi crescendo, ganhou cor, recuperou o brilho. Fugiu e começou a ver o mundo pelos olhos dela e não pela televisão pequenina por onde queriam que ela visse, e por onde ela o viu, durante aquele tempo todo. Faz hoje exactamente um ano que ela se redescobriu, se reencontrou. Aprendeu a cuidar dela, antes de cuidar dos outros, e a escolher, meticulosamente as pessoas que queria de volta dela. Hoje ela é livre, tem os pés assentes na terra e sabe bem com quem contar, já não vive iludida. Arranjou um novo porto de abrigo, um que não fizesse dela uma prisioneira. Hoje o seu porto de abrigo é uma árvore, plantada no meio de um jardim para onde ela foge quando sente o mundo real tremer e desabar.
Obrigada.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Lisboar

Hoje apetece-me Lisboar.
Sim, Lisboar; é o acto de sair numa qualquer estação de metro e caminhar rumo ao coração daquela que é, sempre foi e vai ser, a minha cidade. Hoje vou pegar na máquina fotográfica, num bloco e numa caneta e vou-me perder nas suas ruas. Vou captar imagens e escrever-lhe uma carta, enquanto vejo pessoas apressadas para chegar a casa ou casais de namorados a namorar debaixo das árvores ou nos bancos de jardim que estão espalhados pelos passeios. Vou ver montras e prestar atenção aos grandes autocarros amarelos que passam na estrada. Vou ver as folhas que o Outono já arrancou a voar pelo ar, ou a serem apanhadas por um varredor de ruas. Talvez apanhe uma e a guarde. Vou visitar as minhas árvores, sentar-me debaixo delas e continuar a ver. Hoje apetece-me Lisboar, não falar durante umas horas e absorver as tais e imagens e os tais sons que são o pano de fundo e a banda sonora dos meus 21 aninhos de existencia. E é o que vou fazer.

domingo, 17 de outubro de 2010

Era uma vez...



" -Mas afinal como é que soubeste?

-Foi com um beijo roubado no meio de mil pessoas, ninguém viu, só eu. Depois um beijo aqui, outro ali. Sempre suave, meigo, cuidadoso. Mais um beijo, mais intimo, mais intenso. O alcool fez efeito, enebriou-lhes os sentidos, toldou-lhes os pensamentos. Mais um beijo, mas um beijo quente, tão profundo, tão dele. Sem vergonhas, sem medos. Mais um beijo, debaixo das estrelas, ao sabor do vento. Mais um beijo, como se fosse o último, como se não houvesse amanhã. Mais um beijo, acompanhado por um abraço. Mais um beijo e as mãos dele à volta da cintura dela, o corpo dela no seu abraço. Mais um beijo, mais chegado, mais apertado, os seus braços puxando o corpo dela, os dela em busca dele. Mais um beijo e os dois corpos unidos como se fossem um só, sem vergonhas e com vontade. Mais um beijo, o extase. Mais um beijo cheio de força e sentimento. Mais um beijo."

-E depois?
- Depois ouvi-a dizer "dá-me mais um beijo, só para ter a certeza que é real", e ele deu."



P.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Minha Querida Lisboa

Minha querida Lisboa,
Descobri que sou como uma árvore. Tenho os meus pés enterrados no teu chão, como as raízes de uma árvore. O meu corpo é o tronco, e tal qual como um tronco, não me mexo. Os ramos são os meus braços, tocam o céu, as folhas, são pedaços da minha alma. Sei que pertenço aqui, não vou sair nunca, a menos que me arranquem daqui. Não quero sair. Gosto desta sensação, de pertencer a um sítio, de ter pessoas que me visitam, se abrigam em mim, como debaixo da sombra de uma árvore. Gosto. Só tenho um senão, um pequeno problema: chegou o Outono. Não estava à espera dele. Chegou e trouxe o vento. E não é que ele sopra com força? Têm sido vendavais atrás de vendavais, Lisboa. Sopra tanto que até assobia. Eu eu tento, com todas as forças, que o vento não me leve as folhas, mas não o consigo impedir. Está fora do meu alcance. Sinto-me despedaçada enquanto ser humano, nua enquanto árvore. Tem dias que o vento é tanto que sinto a cabeça andar à roda, e não consigo controlar os meus próprios braços, que teimam em tocar o céu. Frustração. É! Sou como uma árvore. Vou ficar aqui, no mesmo sitio, e com o passar do tempo e a força do vento, vou perder as minhas folhas, os meus pedacinhos de alma. Vou ficar aqui, e vou ser fustigada pelos vendavais furiosos que ai vêm. Porque os meus pés são como raízes, não se mexem daqui. Vem ai o Inverno, e eu aqui, de braços para o ar. Só espero que a Primavera de se despache a chegar, senão vou ficar, tal qual como uma árvore no Inverno, morta. Não, morta não, adormecida. Só me consola estar em casa, e ter pessoas que até mesmo no Inverno se vêm sentar debaixo dos meus braços, senão, que seria de mim Lisboa?
E o silêncio, aquele que estava cheio de palavras, múscia e melodia voltou a ser mudo.
(Ou então fui eu que fiquei surda de vez, não sei.)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Amizade

Com uma ganho força, com a outra desfaço-me, e é desta maneira paradoxa que as duas me levam pela mão.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Há dias em que a paixão é ódio, e dias em que a paixão é amor.
Hoje ouvi alguém dizer que a paixão é o sentimento mais doloroso deles todos.
Não podia concordar mais.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Troveja em Lisboa

"Alice, where are you?"

"Donw here!"

"What are you doing under the bed?"

"I am afraid of the thunders and the lightnings..."

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Dancing with my self - Part II


"Are you going to be a rockstar forever, honey!"
"No mom, from now on it's going to be just on Tuesdays!"
(Já me tinha esquecido que assim como há coisas que mudam radicalmente de uns anos para os outros, há outras que nunca mudam. Obrigado.)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Dancing with my self

"Once upon a time there was a little princess whose..."!!

WTF? I don't wanna be a little princess! I wanna be a rocksart!!

"Baby, you can be whatever you want."

Thanks mom <3

domingo, 3 de outubro de 2010

Inundações

Está a chover. É o primeiro dia de chuva. Ouvi um senhor na rua dizer que chovia tanto porque o Verão tinha sido muito quente. Tem lógica, mas eu sei que não é assim. Não é nenhum fenómeno meteorológica, são só as nuvens a chorar por mim. Ainda há bocado ouvi o Vento dizer que já podiam parar, mas a verdade é que não vão fazê-lo. O Inverno ainda agora começou. E vai haver dias em que vão chorar de tristeza, outros de alegria, outros de ansiedade, outros de saudade e ainda outros de revolta. E não faz mal, chorar nem sempre é mau. Por isso senhor Vento, deixe-as, que elas estão a fazer o que eu já não consigo. Obrigado.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Alice is tired

Wonderland is falling apart!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Friend of mine.


"Sim, pode ser. Meia hora e estou ai."
Agarrei nas minhas coisas e lá fui eu. Decidi que ia a pé, portanto sai três paragens de metro antes. Cheguei. Conversámos. Fomos ver uma exposição. Saimos. Sentámo-nos uma ao lado da outra, à sombra, porque ela não queria estar ao Sol, e por lá ficámos. Por momentos pensei que estivesse sozinha, mas não, ela continuava lá. Embrenhada na sua leitura. Era bonita. Por dentro e por fora. Não era perfeita. Tinha defeitos parecidos com os meus, tinha virtudes diferentes das minhas. Mas era bonita. Fiquei feliz por tê-la comigo, pelas gargalhadas que partilhavamos, pelos arrufos e pelos amuos. Era bonita, ela. Voltei-me para o meu proprio livro. Á minha volta o vento uivava as melodias do Outono que acabara de chegar. Passeava-se por entre os ramos das árvores e pelas canas da beira do lago. Em certas alturas parecia assobiar e era tão violento que arrancava as folhas das árvores apenas de um sopro só. Estava frio, o vento era frio. Levantei-me e sentei-me ao Sol, à beira do lago. Abri o meu livro e comecei a ler, dai a uma bocado já me tinha esquecido de tudo o que tinha à minha volta. Estava na aldeia do Ilidio, sentada à beira da fonte a segurar a corda da cabrinha para ela não fugir. De repente algo se mexeu entre as canas que estavam à minha beira, era um patinho amarelo. Não sei quando tempo estive ausente, perdida em pensamentos e devaneios, a olhar para o pequeno patinho que chapinhava na água. Quando dei conta já ela estava sentada ao é de mim, já não havia Sol e o vento soprava como se quisesse levantar as árvores. No ar, folhas, poeiras e o céu. Só. Tinhamos de ir, estava na hora.
Aquele ser bonito que estava comigo sorriu para mim, percebeu onde eu tinha estado, não se importou, sabe que é lá que sou feliz. Naquele lugar que é só meu. No mundo onde posso tudo. Posso ser e fazer tudo. Onde os patinhos falam e eu também consigo voar. Ela compreende e aceita a estranheza do eu, e ainda bem.

sábado, 25 de setembro de 2010

Xutos e Pontapés

Que dirias tu, se me visses hoje, meu caro? A tomar as minhas decisões, de nariz empinado e senhora de mim? É que continuas a olhar para mim sem me ver. Que dirias tu, se me visses hoje, com olhos de ver, meu caro? Pergunto-me se me reconhecerias sequer... Quando te disse adeus e obrigado fizeste de conta que não ouviste, e eu fiquei parada no meio do jardim à espera que reagisses. Nunca o fizeste. A noite caiu em cima de nós e nem uma vez tu me respondeste de volta. Será que algum dia te vais orgulhar de mim? Será que algum dia vais admitir que eu tinha razão? Que foi melhor assim? Dizer adeus e cortar o cordão umbilical? Já lá vão dois anos, quase três, e eu continuo à espera que mo digas. Cada vez que te ligo, cada vez que bebemos o nosso café, na mesa de sempre. Cada vez que me falas dela, e me dizes: "Oh Tita, tu nem sabes.", cada vez que passamos nos sitios por onde crescemos. Não deixaste de ser o meu melhor amigo, nunca. em vais deixar, mas estou aqui, na mesma, à espera que me digas o que eu preciso ouvir e o que tem que ser dito. O melhor disto tudo é que tu vais ler, absorver e ignorar... E no fim, talvez seja mesmo melhor assim. Afinal há coisas que não mudam, e nós nunca mudámos.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O teu riso é como música para os meus ouvidos... Que saudades da minha música!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A Tua Mão

"Quando abri a janela e senti a chuva na cara nem quis acreditar. Apareceste de noite, sem aviso, entraste sem bater e deitaste-te a meu lado... Assim, sem mais nem menos, sem pedir licença. Tal e qual como entraste em mim, na minha pele e no meu mundo. De manhã quando te vi ali, deitado na minha cama, despido de preconceitos e vergonhas, pensei que ainda estava a sonhar... Foi a chuva que me acordou e a tua mão que me puxou para ti..."

P.

domingo, 12 de setembro de 2010

Minha Querida Lisboa




Minha querida Lisboa,


Hoje vi o Sol chegar sentada mesmo no teu coração. Mais uma noite, uma daquelas em que as nuvens fogem do céu para deixar as estrelas espreitarem as pessoas que sorriem, cantam, e dançam ao som das músicas e dos barulhos que enchem as tuas ruas. Ainda choveu um bocadinho, uns chuviscos daqueles que não molham ninguém, mas que deixam as tuas ruas escorregadias... Sei bem como escorregam, eu cai nelas... Cai e deixei-me ficar sentada, a ouvir o rio e as suas ondas a chegar à margem, os carros a passar na estrada, os passos das pessoas que, apressadas, andam até chegarem onde devem ou querem ir. Também queria ir Lisboa. Queria ir, atravessar a multidão e chegar ao pedaço de mim que fugiu num avião. Ia e voltava, no mesmo dia, porque também não quero estar longe de ti. Enquanto me deixei estar, a ouvir o rio Tejo falar comigo numa língua indecifrável, pensei em mil coisas. Uma delas foi em como tu és um ser humano. Vá, és como um ser humano. Nasceste, foste crescendo, expandindo e alargando os teus horizontes. Foste vivida e corrompida pelas adversidades do tempo, pelas pessoas. És real, degradas-te aos poucos, sem deixar que isso te afecte a beleza e guardando toda a tua essência e todas as tuas histórias, escondendo-as nas fachadas dos prédios velhos e degradados... Tal e qual como um ser humano, que esconde as suas memórias por trás da sua pele velhinha e enrugada do fim da vida. És tão real. A diferença é que tu nunca vais morrer Lisboa. As pessoas que te vivem encarregam-se disso, renovam-te as fachadas, descrevem-te nas suas histórias... Eu sou uma delas Lisboa, porque és o pano de fundo da minha história preferida, aquela história onde eu sou uma princesa à espera do principe encantado...

sábado, 11 de setembro de 2010

"Sou a mariposa, bela e airosa, que pinta o mundo de cor-de-rosa, eu sou um delirio do amor...
Sei que a chuva é grosa, que entope a fossa,
Que o amor é curto e deixa mossa, mas quero voar por favor..."

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Pausa

Sozinha. No escuro. Não vejo nada á minha frente, nem uma luzinha, nada. Zangada. Revoltada. Não oiço uma única resposta aos meus chamamentos, nada. Apenas ecos de risos que enganam o silêncio. Parada. Não consigo andar, as minhas pernas não se mexem. Em breve vou deixar de respirar também. Sinto que o ar está a acabar. Medo. Não tenho força. Levaram-me o tudo. Deixaram-me o nada. Não quero.

-Põe na pausa, não quero ver mais.
-És tão medricas!
-Pois sou...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Minha Querida Lisboa



Minha Querida Lisboa,

Hoje sai de casa cheia de ansiedade, cheia de vontade de Lisboar. Há tanto tempo que não me perdia pelas tuas ruas de máquina na mão. Tinha saudades tuas, Lisboa. Saudades dos teus sons, dos teus cheiros, das tuas vistas e das tuas pessoas. De andar a olhar para o céu, a dar encontrões num ou noutro velhote que já não é rápido o suficiente para se desviar da "menina, que vai tão distraida...". "Desculpe!Não o vi!", digo depressa, para não se zangar comigo. Desci até ao teu coração, andando em frente, captando sorrisos e olhares. Tinha saudades tuas, Lisboa.
Hoje sai de casa para reavivar das minhas memórias. Sai para te ver e captar as imagens que tantas vezes me enchem a alma. Tinha saudades tuas, Lisboa.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Sorrisos

Passear de cabelos ao vento pelos teus trilhos e caminhos sarou-me a ferida da saudade.
Palavra do dia: Serenidade.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Perdi-me, e agora não consigo encontrar o caminho de volta...
Nem quero...

terça-feira, 27 de julho de 2010

21

Perco-me em vontades e desejos. E em sonhos. Pequenas fantasias que me assaltam constantemente o pensamento. Pequenos momentos que ficam gravados na memória. Gritos mudos que tenho vontade que se façam ouvir. Escrevo-os todos os dias, com medo que sejam esquecidos. Não me importa que sejam palavras repetidas, não me interessa que não sejam bonitas. Quero é que fiquem no papel, para eu não me esquecer deles, de nenhum dos pormenores que tanto me deliciam. Quero partilhá-los, como tenho feito até agora, e vou continuar a fazê-lo, até mesmo quando ninguém me quiser ler... Há muito que deixou de fazer sentido escrever em folhas brancas e escondê-las no fundo de uma gaveta. Hoje, viro a página, mas não para mudar de história, apenas para continuar a escrever...


quarta-feira, 21 de julho de 2010

Sinto Falta.

Sinto falta daquele silêncio que se fazia ouvir quando me deitava na relva e me deixava sonhar. Os dias passam e sinto cada vez mais falta, e sei que vou sentir ainda mais falta... As palavras daquele silêncio vão estar caladas durante muito tempo. Tempo demais, a meu ver. O que vale é que o tempo voa, que o tempo não pára, e quando me der conta o Sol vai abrir e sorrir-me de novo, e o relvado vai encher-se de gritos outra vez. Gritos silênciosos, cheios de palavras caladas que sem dizer nada me dizem tudo o quero ouvir. Sinto falta daquela relva onde aprendi a falar calada.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tenho tanta inveja do céu que te consegue ver sempre, onde quer que estejas...

terça-feira, 13 de julho de 2010

Conto de Fadas

"Gosto das tuas histórias e as palavras que escolhes para as contar! Isso e a forma como essas histórias me transportam para um mundo onde eu sou a protagonista de todas elas, mesmo que esse mundo seja apenas um conto de fadas, mesmo que seja apenas fruto do meu imaginário."
Lá, sou princesa...

quarta-feira, 30 de junho de 2010

O Tempo É Injusto

A noite passou a correr, para mim durou apenas um segundo. Foi o tempo e fechar os olhos e voltar a abri-los. Passou num instante. Sei que foram horas, mas souberam a segundos. Sabe sempre a pouco. É sempre assim, o que é bom acaba depressa! Acho que está na altura de alguém inventar um relógio onde o tempo não passa...
Não gosto quando o tempo passa assim a correr por mim, é injusto...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Espera.



O Sol chegou, quente e brilhante, e mudámo-nos para o jardim. O jardim onde temos passado as tardes. Foi nesse jardim que o nada se tornou em tudo, ou se foi tornando em tudo...
É mágico, aquele jardim, é mágico. É naquele jardim, onde o silêncio é como música, que as mais pequenas e simples coisas se tornaram nas mais deliciosas e envolventes. Conversas sérias e profundas ou banais e engraçadas, brincadeiras parvas, gargalhadas tão sentidas, imagens captadas pela lente da memória, olhares cúmplices e cheiros que nos invadem até às nossas profundezas. Pequenas coisas que nos enchem a alma e nos fazem chegar a casa com um sorriso na cara e um brilhozinho nos olhos.

Não vou sair daqui, nem quando o Sol de Inverno vier substituir o Sol quentinho que me tem aquecido a alma. Vou ficar aqui, sentada no jardim do País das minhas Maravilhas, a relembrar todos os sorrisos e a ansiar por mais, mesmo que eles não cheguem.



José Saramago 1922-2010

Hoje fechou os olhos mais um génio das palavras. Calou-se a voz de um grande senhor do imaginário das histórias. Para reler e recordar ficam as mil e uma palavras que formam as histórias geniais que nasceram dentro da mente deste gigante da literatura.
Adeus.

domingo, 13 de junho de 2010

Minha Querida Lisboa

Minha querida Lisboa,


Hoje vi o Sol nascer sentada mesmo no teu coração, de frente para o teu rio, debaixo do teu céu. Hoje, enquanto atravessava a noite, senti-te mais minha do que em qualquer altura. Senti-me feliz e cheia no meio das tuas ruas, enquanto descia a calçada ou me sentava à soleira de uma porta qualquer, de uma das mil que vivem contigo. Hoje confirmei o que sempre soube, nunca te irei deixar. Vou cá ficar sempre, para sempre, porque é aqui que pertenço. Foste tu que me viste, e vês, crescer, cair, levantar, chorar, rir, amar, sofrer... É nas tuas ruas que filmo o filme da minha vida, são os teus sons que formam a minha banda sonora.

Hoje vi o Sol nascer sentada no teu coração, de frente para o teu rio, debaixo do teu céu, de mãos dadas contigo e a sorrir. Apaixonei-me ainda mais por ti, pelas tuas ruas velhinhas, pelas tuas calçadas tão tipicas, pelas tuas tradições e pelas pessoas que caminham nos teus caminhos.

Quem me dera que o amanhecer fosse sempre assim Lisboa...

sábado, 12 de junho de 2010

Sempre Tu!

Mudar. Mudar. Mudar.Mudar.Mudar.



Sempre sem deixares de ser quem ÉS!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Consolação

Anoiteceu... Nem dei pelo tempo passar, as horas voam e eu no conforto do teu colo. Anoiteceu, já consigo ver as estrelas daqui!

"Veste um casaco Taninha!"
"Sim avó."

Anoiteceu, nem dei pelas horas, e agora já consigo ver as estrelas.

"Taninha, fecha a janela, vem comer! Já vestiste o casaco?"
"Sim avó, mas não quero comer."

Anoiteceu, fechei a janela, vesti um casaco.

"Avó? Vou-me embora, até amanhã!"
"Vai devagar!"
"Sim avó."

Anoiteceu e eu vim-me embora.
Olha as estrelas desapareceram... Ah, é uma nuvem.
Olha, está a chover!

"Sim avó?"
"Taninha? Já chegaste?"
"Já."
"Então vá, olha vai comer, até amanhã."
"Beijinho avó, gosto muito de ti."

Perfeito! Anoiteceu, consegui ver as estrelas, e está a chover.
A chuva lava as almas, e eu quero ser para sempre pequenina, para caber sempre no teu colo...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Pôr do Sol

Sentei-me à beira da cama e olhei à minha volta. Estava tão escuro que não conseguia distinguir umas coisas das outras. Levantei-me e acendi a luz, uma pequenina só para ver onde metia os pés. Não adiantou de nada, caí na mesma..., distrai-me e tropecei. Agora dói-me um joelho, voltei a ter seis anos. Quando era pequenina é que caia e não dizia nada a ninguém, tinha medo que não me deixassem brincar mais. Agora faço o mesmo, mas só para não incomodar ninguém... Já nem me lembro do que ia fazer. Fico parada a olhar em volta, a decorar o sítio das coisas. Olha, desisto! Apaguei a luz e voltei-me a deitar. Vi as horas passarem por mim, uma a uma, todas. Longas, parecia que não queriam passar, e estava escuro. Tão escuro! E as horas a passar e o sono sem chegar. Resolvi levantar-me de novo e ir à janela. O Sol nascia, mas aqui continua escuro... Hoje o Sol não chegou cá, não me trouxe um sorriso nem um raiozinho de luz. Vim sentar-de de novo à beira da cama e olhei mais uma vez à minha volta. Continuava escuro, tão escuro que até metia medo. Os meus olhos voltaram a desabituar-se do negro e agora não sei bem como é andar às cegas. Hoje o Sol não veio, a única coisa que vejo é um pontinho brilhante no fundo do horizonte... Lá fora sei que ele queima,mas isso é lá fora. Aqui, só silêncio e escuro.



Passou assim a primeira noite em que o Sol não nasceu de novo aqui, comigo sentada à beira da cama, a tentar habituar-me ao escuro e ao silêncio... Passou assima primeira noite, desde há muito ,em que acordei de noite, como se fosse Inverno, em que a música deixou de tocar e se fez silêncio. O Sol diz que nasceu lá fora, não o consigo ver daqui, talvez esteja a brincar às escondidas comigo, não sei...



Preciso de comprar uma lanterna...

domingo, 6 de junho de 2010

Devaneios

"Tem dias em que a dor está quase morta e tem dias em que é quase fisica..."


"Mas tu já sabias disso, porque é que não voltaste para trás enquanto podias? És tão estúpida!"

"Pensei que conseguia..."

terça-feira, 1 de junho de 2010

O mais ridiculo é que acredito nas coisas e nas pessoas com todas as forças que tenho em mim...

domingo, 30 de maio de 2010

Simplicidade

As melhores coisas da vida são sempre as mais simples.
Sair de casa, apanhar o metro e ir existir para um jardim.
Chegar, sentar e apanhar solinho na cara. Ligar o mp3 e ouvir música, uma qualquer, porque são todas boas. Observar os velhinhos de mão dada e um menino a tentar apanhar um patinho. Sentir o vento no cabelo e vê-lo esvoaçar com o céu azul como fundo. O cheiro da relva e as flores pequeninas que crescem aqui e ali. Dormir embalada pelos sons da cidade que se misturam com o som do vento a bater nos ramos das árvores. Acordar, abrir os olhos e ser invadida por uma luz que queima a ferro e fogo em nós.
As melhores coisas da vida são sempre as mais simples, são aquelas que nos enchem os dias e a alma. Aquele pouco que se torna em tanto.
Palavra do dia: Simplicidade

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Revolta

Cheguei à praia, à minha praia. O mar parece incomodado. Parece querer expulsar quem o invade, pisando-o. O mar hoje não está para brincadeiras, está bravo e mau. As suas ondas parecem braços. Os barços furiosos de alguém que esbraceja para se libertar! O mar parece gritar :"Deixa-me!". Hoje o mar impõe respeito, e eu vou ficar apenas a vê-lo, cá de fora. Dentro de água só os pés, e é à beirinha...

terça-feira, 25 de maio de 2010

Nada

Acordei com vontade de dizer mil e uma coisas. Aliás, falei de tudo, mas fiquei-me pelo nada.



O Silêncio bastou-me, e foi perfeito.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Living In Wonderland

Once upon a time a girl learn to write. She learnt how to put her thougths in words, and she began to write a story... The story of her feelings. And then another and another. She has been writing since then, everyday. It's a long story now, about her adventures, her livings.
Once upon a time a girl learn to write, and now is time for her to share that writing, those stories about the world she has been living in...
Her wonderworld!