quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Retrospectiva

Vendo o ano aqui do cimo das escadas, só me posso dar por contente por ter conseguido subir os degraus todos. Eram tão poucos degraus, mas mesmo assim, demorou tanto a subi-los. Os buracos nas escadas cresceram muito este ano, dois dos pilares que suportavam a minha pequena existência mudaram-se para outro mundo deixando os corrimões que lhes pertenciam soltos. Acabaram por cair. Já seria de esperar. No entanto, não me posso queixar relativamente à perda de outros, a minha foi apenas um grão de areia no deserto. Tive saudades, este ano, tive dores também, mas tudo acabou por se compor, claro que a perda  e a ausência é sempre sentida, mas quando relembrar aquilo que ganhei, ou o que já tinha e que se tornou ainda mais imponente e importante, tudo encaixa no sitio certo. De louvar:

  • Amizades reforçadas - a magia dos amigos e a sua companhia nas horas más, boas, enfim, a qualquer hora. Um brinde pelos sorrisos e pelos abraços em tempo de crise.
  • O amor - a dedicação e o esforço por um bem maior. Obrigada.
  • A minha mãe - nem há palavras para a descrição de tanto amor, dedicação e apoio.
  • Todos aqueles que me ajudam a levar a minha vontade avante e apoiam as minhas ideias para o futuro.
O pior ano da minha existência acabou por me revelar a força dos valores das pessoas que escolhi para me rodearem.

domingo, 11 de novembro de 2012

Os meus 23 anos dos teus 24.

Era uma vez duas meninas, mais diferentes não podiam ser, mas foi nessa diferença que cresceram e juntas enfrentaram todas as tempestades que apareceram no seu caminho. De pequeninas aprenderam a partilhar, a tolerar os diferentes feitios e a amar perdidamente uma amizade que está "condenada" a ser para o resto da vida simplesmente porque nas suas veias correm sangues feitos da mesma essência.
E a minha melhor amiga de todo o sempre faz anos.
Dos 23 anos passados a teu lado há-de haver sempre uma história que recorde mais que outra, um momento mais bonito e engraçado que outro, um mais triste ou um mais tocante. Há-de haver sempre fotografias ridículas, com fatos igualmente ridículos (mania estúpida de nos vestirem com roupas iguais...), comparações estúpidas entre os nossos feitios tão pouco semelhantes, e toda uma série de pormenores que nem sequer sabemos bem porque é que alguém se haveria de lembrar de pegar neles! Quero com isto tudo dizer que me és tão importante... A nossa amizade/amor/sangue vai sempre prevalecer sobre todas as coisas más, é em ti que o apoio é puro, em que nunca há qualquer tipo de "frete". O telemóvel vai ser sempre atendido, as mensagens respondidas, assim como os chamamentos e as partilhas. Obrigada por seres desde sempre quem recebe a primeira fatia do meu bolo de anos, e por nunca teres deixado que isso deixasse de ser assim :) Os meus 23 anos dos teus 24 têm sido os melhores que podia ter pedido!

Parabéns <3 p="">

Tânia.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Maravilhas

Quando nos dão maravilhas para as mãos ficamos maravilhados, sabias? Foi o que me aconteceu naquela noite quando me sentei naquela cadeira desajeitada e incómoda, lá naquela sala escura e velha e cheia de pó que me fez comichão no nariz... Assim que te vi sorri e logo depois ri-me porque foi estranho ver-te em palco. Foi o pensamento típico  "Oh Marta, sai daí!", e de repente, deixei de te ver. Vi uma menina pequena, com uns olhos grandes cheios de coisa para contar, e vi medo, e vi sofrimento, e vi rasgos de alegria e timidez, vi confusão e curiosidade. Vi-te a ti, e não eras tu e fiquei maravilhada. Sem te dares conta deste-me uma maravilha para as mãos, e eu vou guardar a maravilha bem no fundo do meu coração e vou-lhe meter uma etiqueta a dizer "Admiração". Foi uma maravilha! Venham mais, por favor, sempre com esses olhos cheios de coisas boas, cheios de esperança e amor, aquele que eu vejo sempre no fundo dos teus olhos. E com essas maravilhas que venham abracinhos, beijinhos e conversas de copo na mão. Gosto delas, tenho saudades delas.

De uma pessoa para outra Pessoa, uma chamada Marta.
Com muita admiração,uma valente salva de palmas,
Tânia.

sábado, 20 de outubro de 2012

Fall

Chegou o Outono. Não sei se sabiam mas é a época das quedas. Caiem as folhas, cai o pó, caiem as pessoas porque escorregam nas poças de água... Caí eu, pelo caminho. Caí de cansaço. Todo um problema para me levantar, enfim....

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Minha Querida Lisboa

Minha querida Lisboa,

Nem sabes como estou feliz que sejas eterna! Vejo-te cair de um lado e levantar do outro. Vejo-te sempre, sei que estarás sempre no mesmo sítio, mesmo que eu não esteja, tu estás, estarás sempre. Ao contrário dela Lisboa... Ninguém em disse que ia custar tanto, ninguém me disse que ia doer assim, ninguém me disse que teria medo e que seria irracional, mesmo que por breves momentos. Já viste morrer tanta gente. Gentes que nasceram e mais tarde morreram em ti, gentes que chegaram e dedicaram as suas vidas a ti, não nasceram. mas morreram nas tuas ruas. Como é que lidas com a morte? Já é normal, não é? Acabas por te habituar, não é? Eu ainda não consegui, Lisboa, habituar-me. Primeiro arrancaram-me uma partezinha, como se me tivesse caído um raminho, mas foi só uma parte pequenina, agora não. Agora arrancaram-me uma pernada inteira, quase que foi o braço atrás. Ninguém me disse que ia ser assim Lisboa, já tinha imaginado, mas nunca pensei que fosse assim. Dói um bocado!


Avó T.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

23

Quando te dás conta, cresceste...

"Estás a ficar velha, estás bonita."

... Atiraste-te ao rio da vida de cabeça, agarraste em todas as oportunidades que te apareceram à frente e tentas ter valor e fazer com que todas elas dêem fruto. Não tiveste medo de arriscar e foste em busca daquilo que querias. Como nunca foste muito boa a saltar por cima das coisas, deste-lhes a volta, fazendo o teu caminho por onde quiseste ir. Contra tudo, todos e até ti própria! Foste tu!
Obrigada mãe! Obrigada Lisboa! Obrigada teimosia! Obrigada persistência 

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Dá-me música

A efemeridade não desapareceu, mas a recordação ficou para sempre. A memória do sentimento sentido no peito quando fugimos em direcção ao que mais nos enche a alma quando existimos os dois, juntos, lado a lado, respirando o mesmo ar, ouvindo a mesma música que teima em gritar-nos, mesmo quando chega o silêncio. Memórias captadas pelos nossos olhos, quais fotografias guardadas num album! Às vezes chego até a pensar que enlouqueci e ando por estas ruas a sonhar acordada. Os dias têm sido de tal forma preenchidos com amor e cumplicidade que chego a pensar que vou explodir de paixão. É nesses momentos que dou por mima  pensar senão ando a imaginar coisa. Pois bem, se andar, espero continuar a imaginar-te de mãos dadas comigo durante muito tempo. Estou até tentada a pedir para sempre...  Mas falemos da música! Sim, a música que voltámos a ouvir até no silêncio. Aquela que nos deu o empurrãozinho que nos faltava. Falemos da forma como a música nos entra pelos poros da pele e nos preenche cada centímetro de pele e cada pedacinho da alma. A música, sempre acompanhada de uma brisa suave e de um cigarro, à janela de preferência, ou sentados no chão de um recinto, ou talvez na entrada da tenda que nos alberga, que nos vem relembrar que o amor existe, que nos vem ligar ainda mais um ao outro, servindo de banda sonora ao filme da nossa vida. Seremos eternos nas nossas recordações, eu sei que seremos. O filme que passa naquela tela branca dos salões do meu mundo também já passa na tua tela branca, eu sei que sim, consigo vê-lo pelos teus olhos castanhos, lindos. As janelas da entrada da tua alma. Consigo ver tão bem através deles. E enquanto me perco nas imagenes que vejo, deixo que a música, a tua, acho que um pouco nossa, me envolva e me faça voar. Não pares, por favor. Não deixes que ela se cale. Não permitas que o silêncio caia no vazio e que, com ele, nós nos calemos também. Por favor, não pares de me dar música.

P.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

- Where are you Alice?

terça-feira, 19 de junho de 2012

Efemeridades

“Às vezes dá vontade de ser fumante. Acender um cigarro para ter nas mãos o objeto palpável do meu pensamento. Numa tragada preencher o corpo leve com a fumaça e invadir os pulmões com a miséria do mundo. Na outra esvaziar o peito de todas as dores e aproveitar o prazer de um breve momento”

Há tempos li isto. Não sei quem escreveu, nem com que intenção, mas explica com todas as palavras a razão do meu amor por um cigarro. Um. Só um. Nunca um a seguir ao outro. Um num jardim. Um à beira do meu rio Tejo. Um no meio do verde daquele sítio mágico onde me enchem de música. A efemeridade daquele cigarro que nos faz parar e pensar a cada trago, como se o fumo que sai em seguida na nossa expiração fossem a produção de uma qualquer conclusão a que chegámos. Quando retemos a nossa respiração e deixamos o fumo entrar por nós a dentro é como se não sentissemos mais as dores intelectuais que povoam o nosso pensamento e as emocionais que povoam o coração e nos permitissemos a nós mesmos deleitar-nos o que somos. É quase mágico, acorda-nos o pensamento, láva-nos as dores da alma. É breve e fugaz, como o primeiro beijo, mas poderoso e sentido como o último, aquele da despedida.

sábado, 26 de maio de 2012

Minha Querida Lisboa

Minha querida Lisboa,

Sempre ouvi dizer que o amor vira tudo do avesso: transforma os ignorantes em inteligentes e estupidifica os que de tudo sabiam. Tenho vindo a confirmar isso mesmo. Actualmente sou uma ignorante, sem liberdade de expressão, sem independência.Tudo porque o amor não me deixa exprimir, quer tudo para ele, quer os meus olhos,as minhas mãos, a minha boca e o meu pensamento. Quer o meu sorriso e o meu abraço, a minha paciência e sapiência. Quer as minhas entranhas e a minha derme, levando agarrada a epiderme. Quer uma compreensão acima da média. Quer-me inteira, e eu sou só pedaços, pequenos pedaços de vidro partido.

domingo, 6 de maio de 2012

Mãe

A ti, que vais ser sempre a minha heroína, a minha rainha, a minha fada ou a minha mais-que tudo. Um amo-te e um abraço chegam bem. Ou então uma festinha tua na minha mão.

"MÃE, CADA PALAVRA QUE ME ENSINASTE REPETE O TEU NOME MIL VEZES"

(in A Casa, A Escuridão.)


sexta-feira, 4 de maio de 2012

P.

Podiamos ser só eu e tu e os nossos cafés e os cigarros. Podiamos ser só eu e tu e a música e o barulho dos aviões a passar por cima do teu telhado. Podiamos ser só eu e tu e as ruas da minha Lisboa e os trilhos do teu sítio. Podiamos ser só eu e tu, nós, e o resto do mundo deserto, que viveria feliz para sempre <3

P.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Burra

Sua Burra! Sim, sim, tu. Tu que estás aí, com olhos olhos vermelhos e alagados!! Oh tu!! Sim, sim, tu. Tu que estás aí a deixar a vida passar-te ao lado a olhar para o amor errado! Sim, sim, o amor errado. Há alturas para tudo, pois, e esta é aquela em que se olha para o amor-próprio! Sim, já o conheceste? Não!? Pois bem, está na altura de lhe ligares, e de dizeres olá. Sorri para ele, sff. É um sábio, merece o teu maior sorriso e o teu maior respeito. É! Oh, estás-me a ouvir??! Pára! Levanta-te daí e anda! Há um mundo lá fora, ainda não o conheceste todo, estás à espera do quê!? Não sejas Burra! Tenta, luta, grita, bate, morde, revolta-te! Qualquer coisa, mas reage! Olha, levanta lá a cabeça, vá... Não fiques assim. Sabes, isso passa... Eu prometo que passa!

domingo, 18 de março de 2012

Vontades

E hoje só quero ouvir as gargalhadas barulhentas e as conversas animadas daquele silêncio que costumamos partilhar os dois.
P.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Uma flor e uma carta de amor.

Quando somos pequeninos damos valor a coisas que ninguém liga: aquele peluche velho e feio que dorme conosco todas as noites sem sair do nosso lado; aquela avó que nos dá doces e nos estraga os dentes, que nos deixa ver todos os desenhos animados que queremos em vez de fazermos os trabalhos da escola; aquele avô que nos ensina a andar de bicicleta e que nos levanta quando caimos em cima de pedras e que mesmo que haja sangue em todo e qualquer pedaço de tecido das nossas calças nos diz "isso não é nada!"; ao lanche feito de pão com manteiga e uma caneca de leite; às canetas coloridas que usamos para ointar em sitios menos próprios como nas mesas ou nas paredes; gostamos de imitar as vozes dos animais ou dos comboios e usamos uma vassora para fazer de cavalo e passear por um mundo encantado que só nós vemos... Quando somos pequenos vemos tudo com outros olhos, guardamos imagens tão diferentes das que guardamos agora, cheiros, emoções. É tudo tão mais fácil, inclusivé o amor. Quando eu era pequenina o amor resumia-se a um beijo na bochecha e a um pão com manteiga ou oas bolicaos que eu comprava e não comia (nem sequer gostava deles) para dar ao meu namorado, fui crescendo e passei do rosa ao preto, o amor morreu, deixou de existir. A primeira paixão foi sofrida, o primeiro amor penoso. Quis porque quis deixar de sentir, e consegui. Até que ele apareceu, com o seu génio diferente, calado, timido, e com tanta força. Não era amor, nem era paixão, pelo menos não era nem só um, nem só o outro, eram os dois. São. São simples, no melhor dos sentidos, sem deixarem de ser avassaladores. Arrancam-me suspiros e levam-me os sentimentos ao extremo. É assustador e faz com que faça coisas assustadoras, poderia dar uns quantos exemplos para que o mundo percebesse o tipo de insanidades e disparates que este sentimento tão complexo, e no entanto tão simples, me faz fazer e dizer, mas isso seria expor a intimidade que me é tão preciosa. Além disso não acho que quem me lê precise realmente dos pormenores, concerteza têm os seus próprios pormenores. É o melhor do mundo, este sentimento. Faz-me ver as coisas com outros olhos, com os olhos cor-de-rosa de quem dá importância às pequenas coisas da vida, que acabam por ser gigantescas e ganhar toda a importância e marcam a diferença neste mundo tão cinzento onde vivi durante tanto tempo. Uma palavra, um sorriso, um gesto, uma mania, um pormenor que só ele conhece, uma lágrima no canto do olho limpa com a parte de trás da mão, pão com manteiga arranjado com tanto carinho, um café e uma amêndoa amarga, uma flor e uma carta de amor...
Bastas-me, P.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Assobia

A carga emotiva que aquele tom de voz transportava fazia com que os seus olhos se enchessem de lágrimas. Emocionava-se com aquele som que parecia invádi-la até aos confins do seu próprio corpo, da sua própria alma, como se não houvesse mais nada à sua volta, como se nada mais tivesse importância. Naquele momento, a sua atenção era só e apenas para o som daquela voz tão imponente, mas tão familiar. O som do passado, o tom de voz das recordações mais queridas, mesmo que nunca se tivesse dado conta de que o fossem... Outra vez o som, um assobio! Aquele som, aquela melodia tão conhecida. Levanta-se a correr e abre a porta, lá vai ela escada acima, seguindo o som. Quando entra na sala vê o rosto da voz, tão mais novo do que ela se lembrava, quase que se esquece que ele não está cá, que já não vive aqui. Sorri, lembra-se do dia emq ue filmaram aquelas imagens: "Vai devagar, Taninha!", "Sim avô.", mas não foi. Foi tão depressa que caiu e magoou um joelho, nada de importante, mas ainda tem a marca, é uma marca velha já. Esta é muito mais recente, ainda nem um ano tem.

"Diz adeus para a câmara!"

Eu respondo-te do lado de cá:
Olá avô, tenho saudades tuas.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Quinta

- Onde andas tu? - pergunto-me eu, automaticamente, quando as horas do meu dia teimam em não passar e eu em vez de estar numa esplanada a beber Ice Tea de pêssego e a fumar cigarros enquanto tu dás golinhos na tua Coca-Cola, estou aqui, sentada a olhar para o tecto do meu quarto. Não há televisão aqui, para me distrair, mesmo que houvesse não havia de a ligar. Dava-lhe muito pouco uso, acho que me servia apenas de lâmpada quando acordava de noite e precisava de uma luz para me conseguir mover entre os mil artefactos inúteis que habitam o meu quarto. Não ninguém para conversar. Mesmo que houvesse queria mesmo era conversar contigo, ser totalmente compreendida por outro ser humano é uma coisa rara que contigo acontece a toda a hora, acho que por isso é normal que me deixe ficar com esta teimosia de falar só e apenas contigo sobre as minhas teorias descabidas e os meus sonhos e planos. É que nem uma companhia! Tenho a gata, mas claro, está a dormir ao Sol. E que Sol! E eu aqui... Importas-te de pegar no telemóvel e ligar-me a dizer: "Puto, vamos beber café!", sff?

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Minha Querida Lisboa

Minha Querida Lisboa,

Lá do alto da varanda vê-o, ainda que meio desfocado, e depressa lhe assaltam à memória mil e uma recordações. Recorda os beijos, os abraços e os aromas, a música que os envolve sempre que se tocam, os sorrisos e as gargalhadas. Um minuto, aquele que ele leva a olhar para cima e a reencontra-la com um olhar, parece uma hora. Ela sorri-lhe, ele sorri de volta, e, nesse preciso momento, ela acorda.

Parece que passaram três anos, mas só passaram três dias, Lisboa, e eu mal vejo a hora do seu regresso.



P.