segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Egocentrismo



Era de manhã cedo, chovia. Era apenas aquela chuva-molha-parvos, como diz o povo, mas era chuva. Estava frio, um frio daqueles que nos ataca até aos ossos, nos gela tudo, até a alma. Eu gelei. Parei no sinal vermelho, abri a janela e respirei fundo, gelei. A música soava como soam os sons do eco: distorcida e longínqua, ouvia-a, mas não a percebia. Bati no fundo, senti o chão frio debaixo dos meus pés descalços. Havia uma porta do outro lado do quarto, uma porta fechada. Havia luz por trás da porta. Abri-a, e entrei. Por momentos a luz cegou-me, pensei que era aquela luz bonita que tanto me encantava, não. Era um espelho. Olhei com olhos de ver, estava lá alguém. Era pequenina, tinha olhos tristes e cabelos grandes, mas sorria tanto! Quase lhe conseguia ver a alma. Disse-me:


"Já tinha saudades tuas, há tanto tempo que não te via. Estou feliz por teres voltado."
"Sim, eu também..."


Piiiiiiii.... Uma buzina, o sinal está verde. Andei em frente e sorri.
Reencontrei-me, hoje, quando me perdi no fundo de mim.

4 comentários:

  1. Não, é apenas verdade.

    (Obrigada <3)

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  2. Awww, tão giro.

    ( E o que é que o meu isqueiro e o meu Ipod estão a fazer ali? =P)

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  3. Obrigada ^^

    (Não sei, eu disse-lhes para se meterem a andar,mas eles argumentaram com música e um cigarro, deixei-os estar.)

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