domingo, 22 de janeiro de 2012

Quinta

- Onde andas tu? - pergunto-me eu, automaticamente, quando as horas do meu dia teimam em não passar e eu em vez de estar numa esplanada a beber Ice Tea de pêssego e a fumar cigarros enquanto tu dás golinhos na tua Coca-Cola, estou aqui, sentada a olhar para o tecto do meu quarto. Não há televisão aqui, para me distrair, mesmo que houvesse não havia de a ligar. Dava-lhe muito pouco uso, acho que me servia apenas de lâmpada quando acordava de noite e precisava de uma luz para me conseguir mover entre os mil artefactos inúteis que habitam o meu quarto. Não ninguém para conversar. Mesmo que houvesse queria mesmo era conversar contigo, ser totalmente compreendida por outro ser humano é uma coisa rara que contigo acontece a toda a hora, acho que por isso é normal que me deixe ficar com esta teimosia de falar só e apenas contigo sobre as minhas teorias descabidas e os meus sonhos e planos. É que nem uma companhia! Tenho a gata, mas claro, está a dormir ao Sol. E que Sol! E eu aqui... Importas-te de pegar no telemóvel e ligar-me a dizer: "Puto, vamos beber café!", sff?

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Minha Querida Lisboa

Minha Querida Lisboa,

Lá do alto da varanda vê-o, ainda que meio desfocado, e depressa lhe assaltam à memória mil e uma recordações. Recorda os beijos, os abraços e os aromas, a música que os envolve sempre que se tocam, os sorrisos e as gargalhadas. Um minuto, aquele que ele leva a olhar para cima e a reencontra-la com um olhar, parece uma hora. Ela sorri-lhe, ele sorri de volta, e, nesse preciso momento, ela acorda.

Parece que passaram três anos, mas só passaram três dias, Lisboa, e eu mal vejo a hora do seu regresso.



P.