terça-feira, 23 de novembro de 2010

Back to Black

A chuva cai lá fora, consigo ouvir o som das gotas a pingarem dos beirais. Aqui dentro só o som daquela voz carismática que me enche o espirito, aquela que canta as minhas palavras. São minhas, não porque as tenhas escrito, mas porque me assentam que nem uma luva. Está quente e confortável. Acolhedor. Na mesinha um bloco e uma caneta. Vestigios dos meus sentimentos traduzidos em palavras. Não são bonitas, não são coloridas, voltámos ao cinzento. Voltámos ao imóvel. Estou parada no mesmo sitio, nem sequer me consigo mexer daqui. Não me perguntem porquê, não quero dizê-lo, para não senti-lo... Queria contar uma história. Queria escrever o amor. Não posso, só tenho uma caneta preta, o amor não se escreve a preto. Mas não faz mal, fica para outro dia. Eu sei que tenho guardado, algures, uma caixa de lápis de cor. Vou-me entreter a pintar o mundo de novo. E quando o céu voltar a ser azul e o Sol amarelo-quase-cor-de-laranja, volto e conto a história que queria contar. Concerteza que será diferente. Até lá deixo-me ficar aqui, enrolada nos lençóis, com a minha música, e com a caneca de chocolate quente fumegante que tenho a meu lado. Está quase na hora, de levantar. O Sol não tarda aí.

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