segunda-feira, 7 de junho de 2010

Pôr do Sol

Sentei-me à beira da cama e olhei à minha volta. Estava tão escuro que não conseguia distinguir umas coisas das outras. Levantei-me e acendi a luz, uma pequenina só para ver onde metia os pés. Não adiantou de nada, caí na mesma..., distrai-me e tropecei. Agora dói-me um joelho, voltei a ter seis anos. Quando era pequenina é que caia e não dizia nada a ninguém, tinha medo que não me deixassem brincar mais. Agora faço o mesmo, mas só para não incomodar ninguém... Já nem me lembro do que ia fazer. Fico parada a olhar em volta, a decorar o sítio das coisas. Olha, desisto! Apaguei a luz e voltei-me a deitar. Vi as horas passarem por mim, uma a uma, todas. Longas, parecia que não queriam passar, e estava escuro. Tão escuro! E as horas a passar e o sono sem chegar. Resolvi levantar-me de novo e ir à janela. O Sol nascia, mas aqui continua escuro... Hoje o Sol não chegou cá, não me trouxe um sorriso nem um raiozinho de luz. Vim sentar-de de novo à beira da cama e olhei mais uma vez à minha volta. Continuava escuro, tão escuro que até metia medo. Os meus olhos voltaram a desabituar-se do negro e agora não sei bem como é andar às cegas. Hoje o Sol não veio, a única coisa que vejo é um pontinho brilhante no fundo do horizonte... Lá fora sei que ele queima,mas isso é lá fora. Aqui, só silêncio e escuro.



Passou assim a primeira noite em que o Sol não nasceu de novo aqui, comigo sentada à beira da cama, a tentar habituar-me ao escuro e ao silêncio... Passou assima primeira noite, desde há muito ,em que acordei de noite, como se fosse Inverno, em que a música deixou de tocar e se fez silêncio. O Sol diz que nasceu lá fora, não o consigo ver daqui, talvez esteja a brincar às escondidas comigo, não sei...



Preciso de comprar uma lanterna...

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