sábado, 25 de setembro de 2010

Xutos e Pontapés

Que dirias tu, se me visses hoje, meu caro? A tomar as minhas decisões, de nariz empinado e senhora de mim? É que continuas a olhar para mim sem me ver. Que dirias tu, se me visses hoje, com olhos de ver, meu caro? Pergunto-me se me reconhecerias sequer... Quando te disse adeus e obrigado fizeste de conta que não ouviste, e eu fiquei parada no meio do jardim à espera que reagisses. Nunca o fizeste. A noite caiu em cima de nós e nem uma vez tu me respondeste de volta. Será que algum dia te vais orgulhar de mim? Será que algum dia vais admitir que eu tinha razão? Que foi melhor assim? Dizer adeus e cortar o cordão umbilical? Já lá vão dois anos, quase três, e eu continuo à espera que mo digas. Cada vez que te ligo, cada vez que bebemos o nosso café, na mesa de sempre. Cada vez que me falas dela, e me dizes: "Oh Tita, tu nem sabes.", cada vez que passamos nos sitios por onde crescemos. Não deixaste de ser o meu melhor amigo, nunca. em vais deixar, mas estou aqui, na mesma, à espera que me digas o que eu preciso ouvir e o que tem que ser dito. O melhor disto tudo é que tu vais ler, absorver e ignorar... E no fim, talvez seja mesmo melhor assim. Afinal há coisas que não mudam, e nós nunca mudámos.

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