sábado, 24 de setembro de 2011

P.


E assim repousaram, entrelaçados um no outro, abraçando-se com força, como se naquele momento estivessem todos aqueles momentos que têm medo de perder.



P.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Contos-de-Fadas

Em vez de me contares a história vive-a comigo.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Hoje é ódio.

A noite caiu. Ela ainda se tentou agarrar aos ramos da árvore grande que vive no jardim, mas falharam-lhe as forças. A noite caiu, e ela foi atrás, caiu com ela. Ficou deitada aos pés da árvore, o chão à sua volta cheio de folhas. Folhas velhas, castanhas, amarelas e vermelhas. Memórias espalhadas sobre a terra, como se alguém tivesse largado uma mão cheia delas ao sabor do vento. Algumas como que levitavam no ar, caindo lentamente lá do cimo. Memórias a pairar no ar e a cair no chão. Velhas, amassadas, como se fossem as páginas de um livro, arrancadas à força. Ela está estática, exactamente no mesmo sitio onde caiu. Não entendo porque é que não se levanta, limita-se a estar, a ver passar o tempo à sua volta e o vento a levar-lhe os pedacinhos de alma que tinha depositado em cada um dos momentos que viveu e guardou. Uma gota de água no meu nariz... Está a começar a chover. Gotas pequeninas. Nuvens a chorar. Choram as lágrimas que há muito secaram dentro da menina que está deitada sob a árvore. Chamei-a, à pouco, olhou para mim e sorriu. Foi um sorriso triste. Não entendo... Chove-lhe em cima, a potes, e ela não se mexe. Está a deixar fugir as folhas!

"MEXE-TE!"...