Perco-me em vontades e desejos. E em sonhos. Pequenas fantasias que me assaltam constantemente o pensamento. Pequenos momentos que ficam gravados na memória. Gritos mudos que tenho vontade que se façam ouvir. Escrevo-os todos os dias, com medo que sejam esquecidos. Não me importa que sejam palavras repetidas, não me interessa que não sejam bonitas. Quero é que fiquem no papel, para eu não me esquecer deles, de nenhum dos pormenores que tanto me deliciam. Quero partilhá-los, como tenho feito até agora, e vou continuar a fazê-lo, até mesmo quando ninguém me quiser ler... Há muito que deixou de fazer sentido escrever em folhas brancas e escondê-las no fundo de uma gaveta. Hoje, viro a página, mas não para mudar de história, apenas para continuar a escrever...
terça-feira, 27 de julho de 2010
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Sinto Falta.
Sinto falta daquele silêncio que se fazia ouvir quando me deitava na relva e me deixava sonhar. Os dias passam e sinto cada vez mais falta, e sei que vou sentir ainda mais falta... As palavras daquele silêncio vão estar caladas durante muito tempo. Tempo demais, a meu ver. O que vale é que o tempo voa, que o tempo não pára, e quando me der conta o Sol vai abrir e sorrir-me de novo, e o relvado vai encher-se de gritos outra vez. Gritos silênciosos, cheios de palavras caladas que sem dizer nada me dizem tudo o quero ouvir. Sinto falta daquela relva onde aprendi a falar calada.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
terça-feira, 13 de julho de 2010
Conto de Fadas
"Gosto das tuas histórias e as palavras que escolhes para as contar! Isso e a forma como essas histórias me transportam para um mundo onde eu sou a protagonista de todas elas, mesmo que esse mundo seja apenas um conto de fadas, mesmo que seja apenas fruto do meu imaginário."
Lá, sou princesa...
quarta-feira, 30 de junho de 2010
O Tempo É Injusto
A noite passou a correr, para mim durou apenas um segundo. Foi o tempo e fechar os olhos e voltar a abri-los. Passou num instante. Sei que foram horas, mas souberam a segundos. Sabe sempre a pouco. É sempre assim, o que é bom acaba depressa! Acho que está na altura de alguém inventar um relógio onde o tempo não passa...
Não gosto quando o tempo passa assim a correr por mim, é injusto...
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Espera.
O Sol chegou, quente e brilhante, e mudámo-nos para o jardim. O jardim onde temos passado as tardes. Foi nesse jardim que o nada se tornou em tudo, ou se foi tornando em tudo...
É mágico, aquele jardim, é mágico. É naquele jardim, onde o silêncio é como música, que as mais pequenas e simples coisas se tornaram nas mais deliciosas e envolventes. Conversas sérias e profundas ou banais e engraçadas, brincadeiras parvas, gargalhadas tão sentidas, imagens captadas pela lente da memória, olhares cúmplices e cheiros que nos invadem até às nossas profundezas. Pequenas coisas que nos enchem a alma e nos fazem chegar a casa com um sorriso na cara e um brilhozinho nos olhos.
Não vou sair daqui, nem quando o Sol de Inverno vier substituir o Sol quentinho que me tem aquecido a alma. Vou ficar aqui, sentada no jardim do País das minhas Maravilhas, a relembrar todos os sorrisos e a ansiar por mais, mesmo que eles não cheguem.
José Saramago 1922-2010
Hoje fechou os olhos mais um génio das palavras. Calou-se a voz de um grande senhor do imaginário das histórias. Para reler e recordar ficam as mil e uma palavras que formam as histórias geniais que nasceram dentro da mente deste gigante da literatura.
Adeus.
domingo, 13 de junho de 2010
Minha Querida Lisboa
Minha querida Lisboa,
Hoje vi o Sol nascer sentada mesmo no teu coração, de frente para o teu rio, debaixo do teu céu. Hoje, enquanto atravessava a noite, senti-te mais minha do que em qualquer altura. Senti-me feliz e cheia no meio das tuas ruas, enquanto descia a calçada ou me sentava à soleira de uma porta qualquer, de uma das mil que vivem contigo. Hoje confirmei o que sempre soube, nunca te irei deixar. Vou cá ficar sempre, para sempre, porque é aqui que pertenço. Foste tu que me viste, e vês, crescer, cair, levantar, chorar, rir, amar, sofrer... É nas tuas ruas que filmo o filme da minha vida, são os teus sons que formam a minha banda sonora.
Hoje vi o Sol nascer sentada no teu coração, de frente para o teu rio, debaixo do teu céu, de mãos dadas contigo e a sorrir. Apaixonei-me ainda mais por ti, pelas tuas ruas velhinhas, pelas tuas calçadas tão tipicas, pelas tuas tradições e pelas pessoas que caminham nos teus caminhos.
Quem me dera que o amanhecer fosse sempre assim Lisboa...
sábado, 12 de junho de 2010
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Consolação
Anoiteceu... Nem dei pelo tempo passar, as horas voam e eu no conforto do teu colo. Anoiteceu, já consigo ver as estrelas daqui!
"Veste um casaco Taninha!"
"Sim avó."
Anoiteceu, nem dei pelas horas, e agora já consigo ver as estrelas.
"Taninha, fecha a janela, vem comer! Já vestiste o casaco?"
"Sim avó, mas não quero comer."
Anoiteceu, fechei a janela, vesti um casaco.
"Avó? Vou-me embora, até amanhã!"
"Vai devagar!"
"Sim avó."
Anoiteceu e eu vim-me embora.
Olha as estrelas desapareceram... Ah, é uma nuvem.
Olha, está a chover!
"Sim avó?"
"Taninha? Já chegaste?"
"Já."
"Então vá, olha vai comer, até amanhã."
"Beijinho avó, gosto muito de ti."
Perfeito! Anoiteceu, consegui ver as estrelas, e está a chover.
A chuva lava as almas, e eu quero ser para sempre pequenina, para caber sempre no teu colo...
"Veste um casaco Taninha!"
"Sim avó."
Anoiteceu, nem dei pelas horas, e agora já consigo ver as estrelas.
"Taninha, fecha a janela, vem comer! Já vestiste o casaco?"
"Sim avó, mas não quero comer."
Anoiteceu, fechei a janela, vesti um casaco.
"Avó? Vou-me embora, até amanhã!"
"Vai devagar!"
"Sim avó."
Anoiteceu e eu vim-me embora.
Olha as estrelas desapareceram... Ah, é uma nuvem.
Olha, está a chover!
"Sim avó?"
"Taninha? Já chegaste?"
"Já."
"Então vá, olha vai comer, até amanhã."
"Beijinho avó, gosto muito de ti."
Perfeito! Anoiteceu, consegui ver as estrelas, e está a chover.
A chuva lava as almas, e eu quero ser para sempre pequenina, para caber sempre no teu colo...
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