quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Minha Querida Lisboa


Minha Querida Lisboa,

Ontem quando subi as escadas do metro e olhei para o teu céu, por entre os cabos dos eléctricos e os telhados das casas que teimavam em meter-se à frente do meu olhar, dei-me conta de como o tempo passa a correr. Passar semanas sem visitar as tuas ruas antigas já é inconcebível. As saudades que sinto correrem-me nas veias parecem quase irreais. Saudades de um sitio e das vistas desse sitio, do barulho dos saltos dos sapatos na calçada e das vozes apressadas de quem por ali passa. Chegou o Outono, Lisboa, e o Outono relembra-me o cheiro a castanhas assadas no teu Rossio. Já lá estão, e o chão já está cheio de folhas, o vento já é frio e o céu está, na maioria do tempo do dia, cinzento. Estás com o meu encanto favorito. O encanto das folhas e do Sol de Outono. O encanto do chocolate quente bebido nas janelas dos cafés, espreitando a rua e saboreando cada um dos seus pormenores. Da noite que chega cedo, que a muito convida a ir para casa cedo, mas a mim me convida a ficar, trazer um casaco quente, levar um pacote de castanhas e ir captar as tuas imagens com a minha câmara. Oh Lisboa, que saudades. Sabes o bom disto tudo? É poder reviver-te e revisitar-te todos os Outonos, todas as Primaveras, todos os Verões e todos os Invernos. Sempre, com todos os pormenores, com todos os barulhos e com todos os cheiros. Sempre, para a eternidade da minha vida. Sim, eu sei que mudas, mas mudas pouco e devagar, e há coisas que nunca mudam. A tua imortalidade é uma delas, e eu quero dar-te a conhecer Lisboa, todas as ruas, becos e vielas, todo o encanto. Sim, voltou, e anda de mão dada comigo...

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