O teu espelho é um velho amigo meu. Olhei-o e ele sorriu-me, como se os anos que estivemos longe não passassem de um minuto apenas. Havia vestígios nossos por toda a parte.
Ainda me lembro da última manhã em que sorri para ele e ele me sorriu de volta. Já lá vão uns anos... Ontem quando entrei em tua casa e o vi lembrei-de de tudo o que fomos, e ainda somos, capazes juntos. Lembrei-me das conversas, dos sorrisos e dos suspiros. Lembrei-me das brincadeiras e das brigas. Lembrei-me das dores que eram quase físicas. Lembrei-me do tudo que foste, desde o primeiro dia e ainda és, passado todo este tempo.
Tenho saudades dos tempos em que nos respiravamos sem ninguém dar conta, em que os olhares traziam mil palavras, em silêncio, de compreensão e de gargalhada.
Ontem quando entrei em tua casa soube que este era o amor que ia guardar sempre comigo, dentro da minha mão. Vou guardá-lo bem, e sempre.
E esse espelho, bem espero que o guardes, para quando eu voltar a passar as manhãs no tapete azul o ter como companhia.
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