quinta-feira, 28 de abril de 2011

Fake Empire

Sim, é. Se não o fosse a multidão que me rodeia teria vozes, em vez de ruídos, e eu ouvi-la-ias. Compreenderia o que me dizem, faria parte dela. Mas não, continuo perdida lá no meio, sem saber bem qual dos traseuntes contornar para passar, a atrapalhar-me com as suas sombras e os restos das suas vivências e experiências. Presa ao chão. Tem dias em que nem sequer me atrevo a andar, tal é o medo de ser pisada ou esmagada pelos egos gigantes que passam por mim e me olham de cima a baixo, com essa altivez e segurança que é também é minha. Sim, também as tenho, uso-as todos os dias, são muralhas à minha volta. São muralhas altas, imponentes, que não deixam ver o que se passa do lado de cá, dentro do império onde sou dona e senhora de mim. São perfeitas, funcionam, mas são falsas, e estão a cair. Não me deixam passear na multidão, deixam, mas distorcem as imagens e o som. Não as quero, mas preciso delas. É ambíguo, um dilema. Faz-me viver meia a dormir, num império irreal, ilusório e falso, que um dia cai de vez...



Já esteve mais longe.

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