sexta-feira, 10 de maio de 2013

Nostalgia

Liguei o rádio, deixei a música invadir-me até ao fundo de mim, senti as vibrações do som nas pontas dos dedos da mão que estava pousada na estante. Deixei que o baú das memórias se abrisse, e quando dei por mim as lágrimas escorriam pela minha cara a baixo. A sensibilidade do coração magoado e amachucado, como se fosse uma folha de papel, é maior do que a de qualquer outro órgão  O amor que nutro pelos outros pedaços de mim não chega para amainar a dor que às vezes me ataca. É a falta, o vazio a necessidade que não é colmatada com o que precisa, é a saudade. A saudade é a palavra que melhor define o que sinto. É um sentimento nostálgico, com sentimentos que recordo e sei que não vou voltar a sentir, com mimos que não vão ser mortos e desejos que não vão ser concedidos. É um egoísmo, eu sei. Havia dor e desespero, e foi melhor assim. Mas a saudade é um bem que trazemos sempre conosco, pertence-nos e nasce da ausência, da distância e do conhecimento. É triste quando acordamos num dia menos bom, mas é bonita quando acordamos num dia melhor, faz-nos relembrar as coisas boas que aprendemos das vivências que tivemos com algum, num dado momento.


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