sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Minha Querida Lisboa

Minha querida Lisboa,

Nem sabes como estou feliz que sejas eterna! Vejo-te cair de um lado e levantar do outro. Vejo-te sempre, sei que estarás sempre no mesmo sítio, mesmo que eu não esteja, tu estás, estarás sempre. Ao contrário dela Lisboa... Ninguém em disse que ia custar tanto, ninguém me disse que ia doer assim, ninguém me disse que teria medo e que seria irracional, mesmo que por breves momentos. Já viste morrer tanta gente. Gentes que nasceram e mais tarde morreram em ti, gentes que chegaram e dedicaram as suas vidas a ti, não nasceram. mas morreram nas tuas ruas. Como é que lidas com a morte? Já é normal, não é? Acabas por te habituar, não é? Eu ainda não consegui, Lisboa, habituar-me. Primeiro arrancaram-me uma partezinha, como se me tivesse caído um raminho, mas foi só uma parte pequenina, agora não. Agora arrancaram-me uma pernada inteira, quase que foi o braço atrás. Ninguém me disse que ia ser assim Lisboa, já tinha imaginado, mas nunca pensei que fosse assim. Dói um bocado!


Avó T.