domingo, 23 de outubro de 2011

Outono

Chegaste, finalmente. Sê bem-vindo, com todos os teus ventos, chuvas e arrepios. Estava à tua espera para me poder enroscar na manta amarela e deixar-me estar a ver as folhas voarem pelo ar e as gotas da chuva a deslizarem pelo vidro da janela. Tinha saudades tuas, sabias?

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Um beijo no nariz, um abraço e um sorriso.

domingo, 2 de outubro de 2011

Outra vez.

O silêncio e a calma reinavam naquele lugar. Era um lugar mágico. Ali, no meio da confusão da roupa espalhada pelo chão, por cima do sofá e nas costas da cadeira, das almofadas fora do sítio aonde pertencem e dos objectos pousados, aleatoriamente, nos móveis, era onde a perfeição acontecia, vezes e vezes sem conta. Acontecia num olhar, numa troca de sorrisos ou numa gargalhada. Acontecia num toque, num abraço e num beijo. Acontecia quando estavam os dois. A perfeição acontecia ali, naquele lugar, porque eles ali estavam. E acontecia ali, mais que em qualquer outro lugar, porque ali não havia distracções. Ali, concentrados um no outro, na serenidade de uma existência partilhada, eles faziam a perfeição acontecer. Era o lugar deles. Um lugar novo, que veio substituir outro que em vez de chão de madeira tinha chão de relva. Um mais feio, mas mil vezes mais belo. O jardim onde se conheceram e deram as mãos fora transportado para dentro daquelas quatro paredes. O chão continua a ter o toque da relva debaixo dos seus pés descalços, o tecto é azul e tem nuvens. É o mundo deles. Um mundo cheio de música. E eu sei que nem ele, nem ela, queriam existir senão ali, no seu novo recanto, onde a perfeição acontecia a cada momento de partilha, a cada palavra inesperada pelo ouvido incrédulo no momento em que lhe dizem: "Sim, estou. Só te quero a ti...".


P.