segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Coisas Novas

Hoje aprendi comigo mesma que nada se desaprende.
Os conhecimentos velhos são apenas substituidos por novos.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Meses

Não sei como é!
Há tempos que nao te meto a vista em cima, mas vejo-te em todo o lado...



P.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Amor Combate



Mulher-a-dias



Nós os Outros



Amigos Mortais



Dá-me a tua melhor faca



Juventude Sónica


Belarmino vs


Amor Combate


Cronófago


Partir para ficar


As putas dançam slows


Ameaça Menor


O amor é não haver policia


Este Mar
Cem metros sereia
É amor...

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Descrença

O meu coração bate depressa, nem sequer consigo respirar como deve ser perante tamanha aflição e ansiedade. Sinto o estômago embrulhar-se em si mesmo, como um bicho-de-conta a enrolar-se sobre o o seu próprio corpo. Dentro desse meu pequeno embrulho estão mil borboletas que esvoaçam, fazem-me cocegas. Sinto o meu rosto quente, sinto-o corar e dou por mim de sorriso desenhado nos lábios. Pego na pequena geringonça que fez barulho, leio o que lá diz. Aos poucos o estômago desembrulha-se, volta ao seu estado normal, deixa as borboletas fugirem. Os lábios desfazem-se do sorriso, volta o frio. O coração acalma, quase que adormece... Nada, era só nada, e nada mais. Há muito que não é mais que isso.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Minha Querida Lisboa



Minha querida Lisboa,

Gosto do céu. Mais do de Verão do que do de Inverno, confesso, mas gosto. Em qualquer altura, em qualquer lado. Do céu do dia e do céu da noite. Do céu azul clarinho e do céu azul escuro. Do céu que tem nuvens brancas, do céu que tem nuvens cinzentas e do céu que tem nuvens cor-de-rosa quase cor-de-laranja. Gosto do céu que tem estrelas amarelas quase brancas. Gosto do céu da praia e do céu do campo, gosto do céu que vejo quando vou na auto-estrada, gosto do céu que vejo quando saio do metro, a caminho daquela casa grande onde vivo há quatro anos.Gosto do céu da minha varanda, quando vou ler um livro naquelas manhãs de Domingo, solarengas e brilhantes. Gosto de todos os céus, mas o meu céu preferido é aquele que vejo quando estou sentada à beira do teu rio, Lisboa, no meio daquela praça grande que tem uma grande estátua com um senhor montado num cavalo, este que tenho mesmo por cima de mim. Quero voltar a tocar o céu, como toquei numa noite em que ele era feito de estrelas vestidas de prata. Quero e vou....
E tu, Lisboa, gostas do céu?

sábado, 11 de dezembro de 2010

Alice is tired

-O que é que tu és?

-Estúpida...





Alice is tired and has given up! Better times will come, I guess...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Árvores Com Livros Nos Ramos

Ela tinha acabado de se sentar no baloiço, tinha folhas de papel brancas sobre as pernas, um lápis na mão. Ele chegou e sentou-se aos pés dela, em silêncio. Sorriram um ao outro. Continuaram em silêncio. Ela disse-lhe que ia desenhar o mar, e começou a fazer ondas, com um lápis de cor azul. Ele continuava imovél, a observá-la. E ela continuava, fazia ondas de vários azuis, nalgumas partes misturava-os com verde. Ele levantou-se, rodeou-a em silêncio: queria ver o desenho de cima. Às tantas disse:
-Estás a desenhar mal...
Ela pousou o lápis, virou-se e olhou-o bem no fundo daquele sorriso. Perguntou-lhe porquê, ele respondeu:
-O horizonte não é aí, e não tem árvores com livros nos ramos!
-Rapaz, no meu mundo as coisas são como eu quero que sejam. O meu horizonte sou eu que o desenho, sou eu que o faço... Não me digas o que está certo e o que está errado, não me pessas para ser diferente do que sou, não precisas sequer de me compreender. Senta-te, só. Observa e sorri comigo. Para mim basta, que ai estejas...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Inverno

Chegou o Inverno.
Os vendavais levaram as folhas.
A árvores está nua, ao relento.
Chegou o Inverno, e tem dias em que parece que veio para ficar...

domingo, 5 de dezembro de 2010

Com Olhos de Ver

"And I'll try to find somethin' on this thing that don't means nothin' enough..."
Acendem-se as luzes, alguém liga o rádio de onde saiem as melodias de sempre, aquelas que desde há muito me acompanham nesta minha caminhada solitária. A plateia, essa está cheia de silêncios vazios, lugares onde ninguém se senta e onde ninguém faz barulho, para que se possam ouvir as melodias que saiem daquela telefonia velhinha que está à frente da cadeira. No centro do palco uma tela branca, mesmo ao lado da telefonia. Sons e imagens do que já passou, são as minhas recordações que coexistem em harmonia com as músicas, fazem delas a sua banda sonora. Uma cadeira, uma almofada azul. Sento-me e ponho os óculos, respiro fundo e abro os olhos. Vou recordar. Vou passar os olhos pelas imagens e tentar perceber onde é que parei o filme da outra vez. Vou ouvir as músicas e relembrar as sensações. Relembrar os desejos. Olhar para mim. A sala está vazia, e assim ficará. Este filme não quero partilhar, com ninguém. Vejo a primeira imagem, ouvi a primeira música. Chegou. Levantei-me e virei costas, apaguei a luz, desliguei o rádio, deixei que as imagens da tela passassem nas minhas costas. Não me voltei sequer. Afinal não quero recordar, não quero sentir, não quero ouvir. Quero dormir até se curarem as feridas, e depois quero acordar e voltar a sentir de novo, mas só as coisas boas, as más, essas, quero que fiquem para depois. Vou voltar ao quarto escuro onde me deixei cair um dia e não tive forças para me levantar. Vou-me deixar ficar lá, sentada no escuro, à beira da cama. Descansar os olhos e esperar que o tempo passe. Mesmo sabendo que ele não passa, vou esperar, e quando o Sol nascer vou agarrar em mim e voltar ao palco, tentar de novo, até conseguir conseguir ver as coisas com olhos de ver, até que recordar deixe de doer.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Alice, press the reset button!

- Era uma vez uma me...
- Não era, já foi!
- Oh e se eu não quiser que já tenha sido?
-Chegaste tarde demais para querer seja o que for.
-Não sejas estúpida.
-Não, sou humana...

Foi assim que ela descobriu que por muito que tente e lute há coisas que não são para ser, simplesmente. O mundo é assim, puxa-nos para sitios de onde é impossivel sair, pelo menos pelo caminho que nós queremos... Cabe-nos a nós descobrir outros caminhos, lutar e escalar as montanhas de obstáculos que se põem mesmo à nossa frente. Pintar com cores vivas as imagens cujas cores esmoreceram com o tempo, em algumas desapareceram até. Ontem comprei-lhe uma caixa de lápis de cor, quando fui comprar uma nova para mim, achei que ela também ia precisar. Amanhã vou-lha dar e ensiná-la a pintar as coisas à volta dela com cores bonitas, a reavivar paisagens. E naquelas que já não der para pintar, vou ensiná-la como se usa uma borracha, para apagar os borrões cinzentos, e vamos desenhar outras e pintá-las com cores vivas, quase fluorescentes. Tenho de comprar pilhas novas para o rádio. Ontem quando o liguei as vozes saiam baixinhas, quase inaudiveis. Talvez lhe compre um rádio a ela também. Também precisa de novas melodias, que as velhas , sei eu, fazem-na chorar. E depois disto tudo vou voltar a contar a história, aquela tal que eu queria contar e não podia porque só tinha uma caneta preta e porque ela não me deixou sequer começar...